Reflexão da madrugada

sábado, 18 de julho de 2015

Boa noite pessoal, aqui está mais um dos meus textos, espero que gostem...

E o que deveria inspirar fez com que ele largasse o papel devotamente.  Era a primeira vez que ele escrevia com tal sentimentalidade, apenas exalava cheiro de paixão. Disse simplesmente em palavras curtas que gostaria de voltar, voltar aos seus braços e poder sentir mais uma vez seu beijo. Pediu em seus escritos que pudesse olhar seus olhos mais uma vez. Pela ultima vez. E dizer face a face que ela foi o seu único amor e pedia perdão por não ter cumprido suas promessas e juras de amor. Queria apenas a chance de se despedir da vida nos braços da mulher amada. O tempo teceu fios brancos em seus cabelos, e a cada sinal do feroz tempo machucava-lhe a alma. Como ele queria voltar e jogar toda a sua vida nas mãos daquela mulher. A mulher que o fez feliz e ele simplesmente não soube segurá-la. Agora ela está em sua frente, olhando-o fixamente e tentando não chorar. Tentativa em vão. O tempo havia machucado-a também, o que não o impediu de achá-la linda, e percebeu que sua expressão de menina ainda era a mesma, mas havia algo modificando toda cordialidade do seu rosto. Era apenas a tristeza. Tristeza de ter passado a maior parte da sua vida sem o homem que ela dizia sempre amar intensamente, inacreditavelmente. Ele tentou falar algo, ela não permitiu. O silencio intensificava os sentimentos. E de repente não havia mais dor alguma, apenas reinava uma paz translúcida de amor, que refletia os melhores momentos que passaram juntos. Ela se aproximou e beijou-o lentamente, e o adeus foi tão intenso que a vida deixou de ser apenas VIDA. Se tornou eterna.



Autoria: Jéssica Cruz


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